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[Profs Mat:1682] Nota baixa em matemática é por defeito genético? (o caso Minas)

Suponho que ante sua resposta, já que preciso para pesquisa, que não conheça outra fonte que diga haver entre esse dados o blog do Reinaldo  algum errado.
Já quanto ao seu questionamento, haver meritocracia no nosso sistema educacional, porquanto, invalidaria esses e qualquer outro dado educacional,  pelo que conheço da área de matemática,  acho que não. E pelo pior: não se pode avaliar quando não se sabe o que é avaliar (desconheço curso de formação docente no Brasil em que não se ¨aprende¨ avaliar unicamente pelas ¨provas¨ que teve que fazer, quando pouco disto é mesmo avaliar) e até mesmo casos que nem o conteúdo sabe de fato.
O caso mais escandoloso no momento é o que faz agora a secretaria de educação de Minas Gerais com uma pesquisa/financiando que tira sangue das crianças que tiveram notas baixas em matemática, supondo que não aprendizagem em matemática seria por algum defeito genético (leia abaixo quem não sabe).
Porém, entre os pesquisadores não encontro quem sequer seja diplomado em matemática, o que não seria garantia de quase nada ainda e encontro chefiando parte da pesquisa quem ainda é mestrando. E já se consolidaram nisso  alguns dados interessantes na minha pesquisa, tais como:
a) Um mínimo de conhecimento matemático indica que a proporção entre casos suspeitos e mulhres da área que estariam ocorrendo uma epedemia que faz as mulheres  mineiras gerarem crianças com tal defeito. Porém, se levarmos em conta que na base alimentar mineira consta até queijo, o mesmo acontece mais ainda pelas demais regiões do Brasil;
b) Aqui em particular, região norte, tais coisas aparecem ampliadas. Já registro casos em que de 40 calouros do curso de estatística apenas 01(um) foi aprovado na primeira disciplina de matemática, cálculo I, quando ainda há mais três desses na grade curricular. Tentei, pelos menos, encontrar alguns para fazermos um debate nisso, mas esse tipo de crença diz que nada pode ser feito, nada pode reverter, quiça, se tais pesquisas tiverem sucesso em arranjar um meio de fazer alguns reparos neurais. 
c) Mulheres mineiras que foram diplomadas em matemática concordam plenamente com isso. Porquanto, as demais não há nem como tecnicamente discordar. E mesmo quem se diz no Brasil lutar pelos direitos das mulheres, não perceberam o quanto isso representa de negativo para a imagem dessas, pelo simples fato de que o dito ensino de matemática que tiveram não possibilita nada que ajude ter algum leitura de nada. Ou seja, a tal preconizada formação cidadã, como consta nos documento do ENEM, nunca houve e nem há processo de formação no Brasil que permita isso. 
d) A maioria dos que fazem  matemática no Brasil concordaram plenamente, posto que, o contrário indicaria que tal escândalo estaria em todos os sites e blogs pelo Brasil de membro da comunidade matemática. Isto é, tais  supõem que só tiraram diploma em matemática por ter nascido com uma certa massa cinzenta muito especial e rara. Coisa que, desde dos tempos pitagóricos sempre houve corrente que defende isso.
 Att. Prof. João Batista do Nascimento - UFPA
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SEM HABILIDADE COM NÚMEROS

Junia Oliveira, O Estado de Minas, 08/06/2010

Crianças e jovens com notas baixas em matemática e dificuldades persistentes, não se limitando a perder média em algumas provas, merecem atenção dos pais e alerta na escola. O problema pode não ser apenas o desafio em assimilar a matéria. Eles podem sofrer de discalculia, um transtorno crônico na aprendizagem da disciplina, que não pode ser atribuído à falta de interesse do aluno, a uma educação deficiente nem à escassez de estímulos. A doença ainda não foi completamente desvendada pelos cientistas, mas a estimativa é de que, por causa dela, 6% da população não tenha habilidade com os números.
Em Minas Gerais, um grupo de pesquisadores está colhendo mais informações e traçando um perfil de crianças e adolescentes portadoras da síndrome. O trabalho, iniciado em 2008, está sendo feito por profissionais do Laboratório de Neuro-psicologia do Desenvolvimento da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), em parceria com o Laboratório de Genética Humana/Médica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), com colaboração do Serviço Especial de Genética do Hospital das Clínicas, todos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e do Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare), da PUC Minas. No estudo, crianças de 7 a 14 anos de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte e Mariana, na Região Central de Minas, são submetidas ao teste de desempenho escolar. Aquelas que obtêm resultado abaixo de 25% no subteste de matemática são convidadas para uma segunda etapa de avaliação, em que passam por entrevista clínica, testes psicológicos e de inteligência. Elas também têm o sangue coletado.
Até agora, 1,4 mil voluntários já passaram pela triagem. Desses, mais de 200 foram examinados na segunda fase. Segundo o coordenador do Laboratório de Neuropsicologia, o médico Vitor Haase, a meta é que 500 crianças sejam submetidas aos testes psicológicos. Haase afirma que, além de médias insuficientes, uma defasagem de pelo menos dois anos no nível de desempenho em relação à série no qual o estudante se encontra é um forte indício do problema. “Nunca podemos falar em discalculia na 1ª ou 2ª série. é preciso fazer uma avaliação clínica e neuropsicológica”, diz. Também acende alerta a dificuldade para decorar a tabuada ou no conceito de números, como a noção de grandezas e quantidades. O coordenador ressalta que a causa não pode ser primariamente emocional, portanto, casos de dificuldade na aprendizagem que são consequência de ambiente familiar desajustado ou de conflitos, por exemplo, são descartados.
O diagnóstico também não é usado em pacientes com retardo mental. Segundo o médico, uma situação recorrente nos pacientes é a síndrome do transtorno não verbal de aprendizagem. Estão nesse perfil crianças que têm uma inteligência normal, geralmente não muito alta, e que, no início da vida, têm um atraso de desenvolvimento: demoram a firmar a cabeça, a se sentar, a caminhar e a falar, o que é superado posteriormente. “Muitas vezes, a família pensa que o menino tem deficiência mental, mas não é o caso”, diz. Na idade pré-escolar, falam bem e começam a apresentar um comportamento de agitação. Normalmente, são diagnosticados como hiperativos, o que persiste até a idade escolar. Na fase de alfabetização, podem ter um pouco de dificuldade também. Haase relata que é na fase inicial do currículo escolar que os problemas se agravam, principalmente na matemática, devido a outros comportamentos que se tornam mais evidentes.
 As crianças têm bom vocabulário, não trocam os sons quando falam, mas têm dificuldade com interpretação de textos, com desenhos, coordenação motora e espacial e, principalmente, um perfil bastante característico na interação social. “São amistosas, mas um pouco ingênuas, pouco perspicazes e com problemas para entender o que é adequado ou não numa determinada situação. Não têm noção da maldade das pessoas também. São indivíduos pouco intuitivos e aprendem pouco pela experiência. Esses meninos não se entrosam muito em grupos e são mais tímidos. Esses são aqueles com as formas mais puras e mais graves da discalculia”, relata. O transtorno não verbal ocorre em 1% da população em idade escolar e, dos que se consultam na UFMG, 10% são portadores.
 GENéTICA Uma terceira etapa da pesquisa será feita pela equipe do laboratório de genética humana do ICB, que examinará parte do genoma dos voluntários. Na conclusão dos trabalhos, os dois resultados serão comparados. Os pesquisadores já sabem que as causas da discalculia são de ordem genética, mas ainda é preciso identificar as áreas do genoma associadas ao transtorno. A universidade disponibiliza o diagnóstico para pessoas com dificuldade em matemática no serviço de psicologia aplicada. Os interessados devem entrar numa lista de espera. O telefone para marcação de consulta é o (31) 3409-5070 ou 6295.
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